Pois é, outro dia vi um vídeo de uma palestra do site TED.com (recomendo o site inclusive, excelentes palestras). O sujeito falava sobre
"Como a Lei está Estrangulando a Criatividade" - esse é o título da palestra inclusive. O autor é o Larry Lessig, um dos criadores da "Creative Commons" e o assunto central de sua fala gira em torno de questões de direitos autorais. Achei brilhante como ele conduziu a palestra, contando 3 histórias e mostrando como o mundo e as leis se adaptaram a mudanças de realidade e paradigmas. Ele propõe que as leis atuais mudem em relação ao direito autoral, pois nossos filhos em casa hoje podem fazer produções que na segunda metade do século XX só eram realizadas pela grande indústria fonográfica e cinematográfica. Enfim, pra além do direito autoral, que eu também acho que merece mudanças na lei, a democratização da tecnologia está realmente mudando o mundo. Pode até chegar o dia em que o celular seja usado pra filmar um casamento ou fotografar o portfólio de uma empresa. Acho que esse dia ainda não chegou, mas estamos caminhando nessa direção. Os equipamentos profissionais estão cada vez mais acessíveis e os pessoais com cada vez mais qualidade. Já tive profissionais me pedindo a confecção de equipamento pra uso de um iPhone em projetos profissionais.
Em muitas situações o resultado final é o que importa. Ao olhar pra uma foto, dependendo da foto, não dá pra garantir qual foi o equipamento usado. Se o profissional trabalha em estúdio, por exemplo, o que importa é o resultado final. Se usa o equipamento na frente do cliente, aí pode ter que se preocupar com a apresentação. Se o cliente o vir fazendo fotos com um celular, isso pode não pegar bem, mas e se não for esse o caso?
Agora, temos que nos policiar também pra essa troca doida de equipamentos que no final vão trazer pouca vantagem. Se eu tivesse uma Canon 5D mk II, acho que não pensaria em trocar por uma mk III. Será que teria tanto ganho assim? Será que o resultado final estaria comprometido com o equipamento mais antigo? Eu digo isso por que conheço gente que vive de fotografia e ainda está com a Mk II. Pro que ele faz não teria nenhum ganho expressivo.
O fato é que realmente dá uma agonia esses lançamentos sem fim. Se o sujeito não se disciplinar sai gastando até o último centavo. Meu celular, por exemplo, é um S3, de 2013. Já é considerado velho e fraco. Esse ano já vai sair o S7, mas estou aqui me contendo, pois o meu ainda me atende.
O pior caso realmente acontece quando a novidade trás o diferencial. Se o equipamento novo melhora muito a produtividade, por exemplo, ou agrega ao produto final, aí a gente acaba ficando pra trás. É o caso, por exemplo, dos equipamentos pra panorâmicas. Cada vez mais surgem novos equipamentos que fazem o trabalho sozinhos. Isso reduz muito o custo de produção (tempo) e nos permite atender mais clientes cobrando menos. Isso pode ser um grande diferencial no mercado, mas acho que ainda não há um produto que tenha atingido o nível de uma panorâmica completa (360x180°) feita com uma DSLR. A Iris 360 me parece ser o melhor equipamento homologado pelo Google Business View hoje em dia, mas custa a bagatela de 1.300 libras, isso se o sujeito conseguir comprar na Inglaterra e esse preço ainda está sem os impostos (VAT). Além disso ele deixa um formoso buraco no nadir, coisa não exigida pelo Google para o Business View (o que me decepcionou).
O fato é que a indústria, que não é boba, joga duro com a questão das novidades. Frequentemente lança produtos novos sem toda tecnologia que eles poderiam ter, pra logo depois lançar outro modelo. É a chamada "Obsolescência Programada". Um vídeo que fala muito bem disso e de outras coisas se chama
"A História das Coisas". É legal assistir pra ter um pouco de consciência pra se controlar mais na aquisição e troca desenfreada de equipamentos.
Enfim, tem muito pra se dizer sobre o assunto...
Abs, Cartola.